Ambiguidade





Segundo o dicionário de Sarconi (1996), ambiguidade ocorre quando, por falta de clareza, há duplicidade de sentido, ou seja, o contexto pode ter vários significados. Como, por exemplo, na frase:
  • Vi o incêndio do carro. 
Percebe-se que esta frase está ambígua, pois o leitor pode interpretar de dois modos: o lugar onde ocorreu o incêndio ou de onde o incêndio foi visto.

Há dois tipos de ambiguidade:

  • Sintática 
  • Semântica 

Ambiguidade Sintática


A ambiguidade sintática normalmente ocorre em quatro diferentes situações:

  • Uso incorreto do pronome relativo;
  • Má colocação de termos, pronomes ou frases;
  • Colocação inadequada do adjunto adverbial; 
  • Frases siamesas.

Uso incorreto do pronome relativo

Sabe-se que o pronome relativo representa nomes já mencionados anteriormente com os quais se relaciona. Na frase:
  • Gabriela pegou o estojo vazio da aliança de diamantes que estava sobre a cama.
O que estava sobre a cama: o estojo vazio ou a aliança de diamantes?

Eliminando a ambiguidade:

  • Gabriela pegou o estojo vazio da aliança de diamantes a qual estava sobre a cama.
  • Gabriela pegou o estojo vazio da aliança de diamantes o qual estava sobre a cama.
Observação: Neste exemplo, pelo fato de os substantivos estojo e aliança pertencerem a gêneros diferentes, resolveu-se o problema substituindo os substantivos por o qual/a qual. Se pertencessem ao mesmo gênero, haveria necessidade de uma reestruturação diferente.

Má colocação de termos, pronomes ou frases

Quando ocorre a má colocação de palavras, pronomes ou frases, haverá a duplicidade de sentido. Vejamos o exemplo:
  • A mulher avistou o filho no seu quarto. 
De quem era o quarto, do filho ou da mulher? 

Para eliminar a ambiguidade, tem-se que usar o pronome possessivo adequado, assim teremos clareza na frase:

  • A mulher avistou o filho no quarto dela. 

  • A mulher avistou o filho no quarto dele. 

Colocação inadequada do adjunto adverbial

A ambiguidade ocorre também em função da colocação inadequada do adjunto adverbial, como se pode observar no exemplo:
  • Os alunos que estudam frequentemente são mais inteligentes. 
Os alunos são inteligentes porque estudam frequentemente ou são frequentemente mais inteligentes porque estudam?
Assim, para eliminar a ambiguidade, temos que mudar a posição do adjunto adverbial, eliminando a ambiguidade. Daí, os alunos que estudam mais vezes são mais inteligentes.
  • Os alunos que estudam, frequentemente, são mais inteligentes. 

Frases siamesas

Finalmente temos as frases siamesas, que são ligadas incorretamente por apresentarem períodos totalmente diferentes. Observe-se o período:
  • Marcinha desfilava com sua saia ocre, queria mais atenção. 


Esse tipo de frase pode ser corrigido de três modos:

  1. com ponto ou ponto-e-vírgula: "Marcinha desfilava com sua saia ocre; ela queria mais atenção."
  2. com a inclusão de nexos: "Marcinha desfilava com sua saia ocre, pois queria mais atenção."
  3. transformando a falsa principal em uma verdadeira subordinada: "Marcinha desfilava com sua saia ocre, já que queria mais atenção."

Ambiguidade Semântica

Ocorre por conta da polissemia da palavra ou da expressão. Segundo a gramática de Pascholine & Spadoto (1996), "Polissemia é o fato de a palavra poder apresentar significados diferentes que se explicam dentro do contexto. "

Na frase: "A moça estava com a mão machucada (parte do corpo), mas passou duas mãos de tinta da parede (camada)".

Só o contexto explica o sentido da palavra mão. Assim polissemia gera ambiguidade quando o contexto não oferece ao leitor pistas para que, a partir delas, depreenda o sentido pretendido pelo locutor. Por exemplo:
  • Preciso comprar uma vela!

A palavra vela pode tanto se referir a uma vela de cera como a uma vela de barco.

  • Espero você no banco. 

A palavra banco pode se referir a uma agência bancária ou um banco de praça. 

Um fato bastante interessante na ambiguidade é que, mesmo sendo evitada em construções textuais de caráter informativo, técnico e pragmático, ela é um recurso aceitável nas áreas principalmente da linguagem poética ou literária, com o objetivo de dar o duplo sentido ou para conseguir efeitos metafóricos. Nesse caso, a ambiguidade é um recurso estilístico, intencional e com objetivo claro.

Esta postagem foi elaborada pelos alunos do Instituto federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia - IFBA - Campus Santo Amaro, cursos de Eletromecânica e Informática, do 2° ano, 2013.2, para avaliação da competência produção textual como nota parcial da 3ª unidade do ano letivo.

Referências



AULA 19 - FRASES SIAMESAS e FRASES FRAGMENTADAS. Disponível em: <https://www.unifonte.com.br/wp-content/uploads/2012/08/Ap-Reda%C3%A7%C3%A3o-II.pdf>. Acesso em: 13 de dezembro de 2013, 16h34.

AMBIGUIDADE - BRASIL ESCOLA (CABRAL, Marina). Disponível em: <http://www.brasilescola.com/redacao/ambiguidade.htm>. Acesso em: 16 de dezembro de 2013, 14h20.

AMBIGUIDADE - INFOESCOLA (SANTIAGO, Emerson). Diponível em: <http://www.infoescola.com/portugues/ambiguidade/>. Acesso em: 16 de dezembro de 2013, 14h57.

AMBIGUIDADE - PORTUGUÊS.COM (DUARTE, Vânia Maria). Disponível em: <http://www.portugues.com.br/redacao/ambiguidade.html>. Acesso em: 16 de dezembro de 2013, 15h33

TERRA, Ernani; NICOLA, José de. Gramática de Hoje. Edição 8. São Paulo. Scipione, 2008, 392.


Equipe:



  • Amanda Freitas
  • Eduardo Louzado
  • Iago Britto
  • Ianca de Fátima
  • Laís Lima
  • Layna Pontes
  • Leonardo Santana
  • Lucas Almeida
  • Naílle Conceição
  • Raphael Barros

1 comentários:

Unknown disse...

Explicação muito boa!

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