Pontuação

PONTUAÇÃO

           Quando escrevemos um texto, é preciso adicionar sinais de pontuação, caso contrário, acabamos dizendo o oposto do que queremos ou o texto poderá ficar incompreensível e ambíguo.
           Na nossa cultura, é costume observarmos textos escritos sem pontuação, e estes textos têm a finalidade de mostrar a relação entre pontuação e sentido no texto escrito.
          “Os sinais de pontuação são marcações gráficas que servem para compor a coesão e a coerência textual, além de ressaltar especificidades semânticas e pragmáticas. São recursos típicos da língua escrita, porque esta não dispõe do ritmo e da melodia da língua falada. O ensino da pontuação, nos anos iniciais, tem-se apresentado como uma tarefa difícil. Muitos professores parecem ainda apegados a um estilo oral de pontuar e, portanto, não percebem a pontuação enquanto recurso sintático na construção dos textos” diz Renata Ferreira dos Santos Nascimento.


           Qual a importância da pontuação na produção de sentidos dos textos?
          A utilização da pontuação é de grande importância para a construção de sentido. Uma vírgula ou outro tipo de sinal de pontuação é capaz de evidenciar uma completa mudança de sentido como, por exemplo: 

           Um milionário, à beira da morte, lembrou-se de que não havia feito testamento dos seus bens. Como não possuía herdeiros diretos, precisava deixar ao menos um registro da sua vontade acerca da distribuição da sua herança. Moribundo, de madrugada, usou sua últimas forças para escrever o seguinte texto:


Deixo os meus bens à minha irmã não ao meu sobrinho jamais será paga a conta do alfaiate nada aos pobres.
No dia seguinte, o sobrinho chega, vê o tio morto e o documento, o qual não foi pontuado, e fez a seguinte pontuação:


Deixo os meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho. Jamais será para a conta do alfaiate. Nada aos pobres.

A irmã, pontuou assim:

Deixo os meus bens à minha irmã; não a meu sobrinho. Jamais será para a conta do alfaiate. Nada aos pobres.

O alfaiate, ao qual o velho sovina devia uma fortuna, também mudou a pontuação:

Deixo os meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres.

O procurador dos pobres, conhecedor da importância da pontuação para o sentido do texto, assim o pontuou:

Deixo os meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do alfaiate? Nada! Aos pobres!”

       Podemos perceber neste exemplo que o simples, e não menos importante, fato de adicionar uma vírgula possibilitou mudanças significativas nos sentidos pretendidos pelo seu autor, os quais, ficaram obscuros e inapreensíveis justamente pela falta da pontuação.

      O texto divulgado pela ABI (Associação Brasileira de Imprensa)  revela e ilustra perfeitamente a afirmação de que "uma vírgula muda tudo."

Uma vírgula muda tudo.

            Vírgula pode ser uma pausa… Ou não.

Não, espere.
Não espere...

            Ela pode sumir com seu dinheiro.
R$ 23,4
R$ 2,34

            Pode criar heróis.

Isso só, ele resolve.
Isso só ele resolve.

            Ela pode ser a solução.

Vamos perder, nada foi resolvido.
Vamos perder nada, foi resolvido.

            A vírgula muda uma opinião.

Não queremos saber.
Não, queremos saber.
            A vírgula pode condenar ou salvar.

Não tenha clemência!
Não, tenha clemência!

ABI: 100 anos lutando para que ninguém mude uma vírgula da sua informação.


           Por que é importante pontuar? 

      Na escrita, não podemos utilizar gestos ou recursos melódicos e, como forma de compensar essa ausência e garantir a clareza e a compreensão dos nossos textos, utilizamos os sinais de pontuação, os quais servem para indicação de limites de forma e sentido e sugerir entoações.


           Quando pontuar?

        Não há regras infalíveis e obrigatórias para pontuar, pois a pontuação depende de quem escreve o texto, pelo fato de a pontuação estar ligada aos sentidos e às relações que pretendemos estabelecer.
           Os acordos relativos à utilização dos sinais de pontuação articulam a estrutura dos enunciados, os aspectos envolvidos com a entonação e as opções estilísticas.


          Como dominar o uso da pontuação?

       Para realizar a pontuação, é necessário conhecer os principais acordos e também é preciso utilizar a intuição. É preciso observar com bastante atenção o uso da pontuação nos textos lidos a fim de compreender-lhe os sentidos pretendidos pelo autor.


           A pontuação e as orações

Mandei um telegrama para meu irmão que mora em Roma.”
Mandei um telegrama para meu irmão, que mora em Roma.”

         A primeira oração indica que a pessoa tem pelo menos dois irmãos, e que um desses irmãos mora em Roma; já a segunda indica que a pessoa tem apenas um irmão e que este mora em Roma.

Paulo, Henrique chegou.”
Paulo Henrique chegou.”

         O primeiro período indica que há duas pessoas na situação, porém o segundo indica que há apenas uma pessoa.

Irás, voltarás, nunca perecerás na guerra.”
Irás, voltarás nunca, perecerás na guerra.”

         No primeiro enunciado afirma-se que o sujeito não morrerá na guerra, entretanto, no segundo, assegura-se que o indivíduo morrerá na guerra.


            Quais são os sinais de pontuação?
            Os sinais de pontuação formam um pequeno conjunto composto por:
  •     A vírgula (,),
  •     O ponto (.),
  •     O ponto de interrogação (?),
  •     O ponto de exclamação (!),
  •     O ponto e vírgula (;)
  •     Os dois-pontos (:),
  •     As aspas (“ ”),
  •     As reticências (...),
  •     O travessão (),
  •     E os parênteses ( ).

           Convenções mais importantes para o uso de cada sinal

           O PONTO
          É necessário utilizar a intuição para saber onde colocar o ponto em um parágrafo ou em um texto.

Ex.:
A administração do hospital, para que os pacientes se sintam bem, promove regularmente exposição de obras de arte nos corredores.”


          A VÍRGULA
     A vírgula exerce funções básicas como, por exemplo, enumerações, intercalações, supressões, limites de algumas unidades da sentença, limites entre as sentenças no período.

Ex.:
Comprou livros, revistas, cadernos e canetas.”

Ele não devia, a meu ver, aceitar o cargo.”

Ela não devia, porém aceitar o dinheiro da gratificação.”

João comprou os jornais; Maria, as revistas.”

No Sul do Brasil, o inverno costuma ser rigoroso.”


          O PONTO E VÍRGULA
       É possível utilizá-lo quando é necessário separar longas sentenças que constituem o mesmo pensamento, separar sentenças com significados em oposição ou contrastes ou no fim de cada item (exceto no último) em uma lista de pedidos, conclusões e etc.

Ex.:
Não amar é sofrer; amar é sofrer mais.”

Depois de analisar todos os trabalhos, chegamos às seguintes conclusões:
a) os alunos demonstraram ter adquirido um bom domínio da expressão escrita;
b) os alunos trataram do assunto com muita fluência e correção, revelando, portanto, conhecimento;
c) a experiência de ensino que está sendo desenvolvida aqui deve continuar.”



          O PONTO DE INTERROGAÇÃO
          É usado para indicar o fim de uma pergunta.

Ex.:
Diante da atual onda de violência nos estádios, podemos nos perguntar: onde foi parar o espírito esportivo?”


          O PONTO DE EXCLAMAÇÃO
     Exerce suas funções após uma expressão exclamativa ou de uma interjeição, em chamamentos, orações imperativas, para expressar espanto, alegria, perplexidade.

Ex.:
“– Que calor! Vamos tomar um banho de piscina?”


          OS DOIS-PONTOS
         Pode ser utilizado antes de uma citação colocada no enunciado, antes de enumerar ou como sinal de esclarecimento, explicação do que foi dito.

Ex.:
Ele, então, me disse: “Resolva logo porque há muita gente na fila”.”

A reação da criança foi imediata: correu para se esconder debaixo da cama.”


          AS RETICÊNCIAS
        Podem ser usadas para indicar uma suspensão do pensamento, uma hesitação ou, até mesmo, uma dúvida ou para indicar a omissão de parte de uma citação.

Ex.:
De quando em quando, olhava furtivamente para o espelho; a imagem era a mesma difusa de linhas, a mesma decomposição de contornos... Continuei a vestir-me. Subitamente, por uma inspiração inexplicável, por um impulso sem cálculo, lembrou-me... Se forem capazes de adivinhar qual foi minha ideia...”


          AS ASPAS
        Servem para sinalizar a reprodução de partes de algum texto ou para citar palavras ditas por outra pessoa, indicar gírias ou palavras estrangeiras, utilizar palavras de forma irônica, dar ênfase ao título de um livro, filme, disco, etc.

Ex.:
Ele abriu a porta e perguntou: “Cadê o livro que você prometeu trazer?”

Tenho certeza de que a solução foi mesmo muito “honesta”.”

Ele disse que assistiu a “Guerra nas estrelas” e não gostou.”


          O TRAVESSÃO
         É usado para sinalizar em um dialogo a fala de cada interlocutor, para esclarecer, sintetizar o que foi dito e o travessão duplo é para indicar unidades intercalas.

Ex.:
“– Vamos embora daqui. Esse cara está é de gozação.”


           OS PARÊNTESES
       Podem ser utilizados para indicar uma unidade intercalada, porém são mais usados para acrescentar um comentário do autor ou, até mesmo, uma informação na unidade.

Ex.:
Esta cena (descrita familiarmente em livros sobre povos primitivos) repete-se todos os dias naquela localidade.”



REFERÊNCIAS
FARACO, Carlos Alberto. Português: língua e cultura, ensino médio, volume único. Curitiba: Base Editora, 2003, págs. 562-575.

NASCIMENTO, Renata F. dos Santos. A importância dos sinais de pontuação na fluência da língua portuguesa. Disponível em: http://www.webartigos.com/artigos/a-importancia-dos-sinais-de-pontuacao-na-fluencia-da-lingua-portuguesa/103844/Acesso em: 07 mar. 2014 às 1250 min.

GRUPO VIRTUOUS. Classificação das orações subordinadas adjetivas. Disponível em: http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint36.php. Acesso em: 07 mar. 2014 às 12h 50 min.


TRABALHO REALIZADO POR:
Álan Santos Sousa
Bruno Álvaro Barboza Marinho
Filipe Gomes Lima
Gabriel de Souza Alves
Liane Evelyn dos Santos Amorim
Luã Eudes de Jesus Neves
Mateus Cerqueira Santos
Vitor Hugo Baptista dos Santos Silva
Vivian Carvalho da Silva


Pressuposto ou Subentendido?


Os Implícitos


A ideia de implícito em um texto está naquilo que está presente pela ausência, ou seja, o conteúdo implícito pode ser definido como o conteúdo que fica à margem da discussão, porque ele não vem explicitado no texto. Implícito é aquela informação que está por trás das palavras, são os não-ditos.

A) O que não está dito, mas que, de certa forma, sustenta o que está dito

“O tempo continua chuvoso”, comunica-se de maneira explícita que, no momento da fala, o tempo é de chuva, mas, ao mesmo tempo, o verbo “continuar” revela a informação implícita de que, antes, o tempo já estava chuvoso.
O que está suposto para que se entenda o que está dito:
“João deixou de fumar” diz-se, explicitamente que, no momento da fala, João não fuma. O verbo “deixar”, todavia, transmite a informação implícita de que Pedro fumava antes.

Pressuposto


Os pressupostos são identificados quando o locutor veicula uma mensagem adicional a partir de alguma palavra ou expressão, ou seja, o pressuposto possui uma marca linguística que permite ao leitor depreender e inferir a informação implícita. Essa percepção é característica do leitor proficiente, aquele que lê não só palavras, mas os sentidos veiculados por trás delas, nas camadas mais profundas do texto.
Há vários tipos de palavras com esse tipo de "poder".Identificá-las é de suma importância para que se apreenda as "intenções" do dito.  Eis alguns tipos:
* Verbos que indiquem: mudança, continuidade, término...
Exemplos:

O concurseiro deixou de sair aos sábados para estudar mais.
(pressuposto: o concurseiro saía todos os sábados.)

O novo fiscal de rendas continua estudando para concursos.
(pressuposto: o fiscal estudava antes de passar.)

A espera dos candidatos pelo gabarito oficial acabou.
(pressuposto: os candidatos estavam esperando o resultado.)

* Advérbios com sentido próprio
Exemplos:
Felizmente, não preciso mais estudar.
(pressuposto: o emissor considera a informação boa)
Após uma hora de prova, metade das pessoas já havia saído.
(pressuposto: algo aconteceu antes do tempo.)

* Uso do pronome “que” em orações subordinadas adjetivas
Exemplos:
Pessoas que fazem cursinhos passam mais rápido. (adjetiva restritiva)
(pressuposto: há pessoas que não fazem cursinho)

Os nerds, que ficam em casa o tempo todo, conseguem melhores notas. (adjetiva explicativa)
(pressuposto: todos os nerds ficam em casa o tempo todo).



Subentendidos


Enquanto os pressupostos seriam as mensagens adicionais, os subentendidos seriam as mensagens escondidas. Devem ser deduzidas pelo leitor/interlocutor e,  justamente por essa ideia de dedução, podem não ser verdadeiras. O locutor/autor pode utilizar o subentendido para dizer algo que parece não estar dizendo, e a interpretação, inferência é de total responsabilidade do leitor/ouvinte. Ou seja, o autor/locutor pode perfeitamente negar ter dito o que foi inferido.Percebe-se aqui outra diferença entre os institutos, já que os pressupostos são sempre marcados linguisticamente e, por isso, são verdadeiros, inclusive quando negamos a frase original. Os subentendidos, entretanto, não possuem marcas linguísticas, seus sentidos são depreendidos pelo leitor/ouvinte através do próprio contexto comunicacional, sendo, portanto, uma interpretação ou afirmação que pode ser negada, pode ser verdadeira ou não.
Consideremos os contextos e situações comunicativas:

* Situação em que recebemos uma visita:
- Nossa! Está muito calor aqui dentro!
(possível subentendido: a pessoa pede que as janelas sejam abertas ou que se ligue o ventilador ou o ar condicionado)
Percebam que, ao negarmos a frase, a ideia subentendida desaparece. Ao mesmo tempo que é impossível provar que a pessoa esteja realmente fazendo esse pedido. É possível que o emissor negue a dedução do receptor. Vejamos outro exemplo:

* Situação em uma rua qualquer:
- A bolsa da senhora está pesada? (pergunta um jovem rapaz)
(possível subentendido: o rapaz está se oferecendo para carregar a bolsa)

Novamente, esta é apenas uma possibilidade. O rapaz poderia estar interessado na resistência da bolsa ou então preocupado com a coluna da senhora, mas não necessariamente se oferecendo para carregar a bolsa.



Abaixo, confiram um vídeo para sintetizar o assunto:




Referências Bibliográficas
Os letrados, disponível em: <http://osletrados.blogspot.com.br/2012/11/estilistica-da-frase.html> acesso em: 08/09/2013 ás 15:33h.
Educação.globo, disponível em: <http://educacao.globo.com/portugues/assunto/estudo-do-texto/implicitos-e-pressupostos.html> acesso em: 08/09/2013 ás 15:50h.


Componentes

Amanda dos Santos;
Cintia Ramos;
Gabriela Pereira;
Humberto Reis e
Jader Borges.

Ambiguidade





Segundo o dicionário de Sarconi (1996)," ambiguidade ocorre quando, por falta de clareza, há duplicidade de sentido, ou seja, o contexto pode possibilitar vários significados."

Vejamos o exemplo:
  • Vi o incêndio do carro. 
Percebe-se que esta frase está ambígua, pois o leitor pode interpretar de dois modos: o lugar onde ocorreu o incêndio ou de onde o incêndio foi visto.

Há dois tipos de ambiguidade:

  • Sintática 
  • Semântica 

Ambiguidade Sintática


A ambiguidade sintática normalmente ocorre em quatro diferentes situações:

  • Uso incorreto do pronome relativo;
  • Má colocação de termos, pronomes ou frases;
  • Colocação inadequada do adjunto adverbial; 
  • Frases siamesas.

Uso incorreto do pronome relativo

Sabe-se que o pronome relativo representa nomes já mencionados anteriormente com os quais se relaciona. Na frase:
  • Gabriela pegou o estojo vazio da aliança de diamantes que estava sobre a cama.
O que estava sobre a cama: o estojo vazio ou a aliança de diamantes?

Eliminando a ambiguidade:

  • Gabriela pegou o estojo vazio da aliança de diamantes a qual estava sobre a cama.
  • Gabriela pegou o estojo vazio da aliança de diamantes o qual estava sobre a cama.
Observação: Neste exemplo, pelo fato de os substantivos estojo e aliança pertencerem a gêneros diferentes, resolveu-se o problema substituindo os substantivos por o qual/a qual. Se pertencessem ao mesmo gênero, haveria necessidade de uma reestruturação diferente.

Má colocação de termos, pronomes ou frases

Quando ocorre a má colocação de palavras, pronomes ou frases haverá a duplicidade de sentido. Vejamos o exemplo:
  • A mulher avistou o filho no seu quarto. 
De quem era o quarto, do filho ou da mulher?

Para eliminar a ambiguidade, tem-se que usar o pronome possessivo adequado, assim teremos clareza na frase:

  • A mulher avistou o filho no quarto dela. 
  • A mulher avistou o filho no quarto dele

Colocação inadequada do adjunto adverbial

A ambiguidade ocorre também em função da colocação inadequada do adjunto adverbial, como se pode observar no exemplo:
  • Os alunos que estudam frequentemente são mais inteligentes. 
Os alunos são inteligentes porque estudam frequentemente ou são frequentemente mais inteligentes porque estudam?

Assim, para eliminar a ambiguidade, temos que mudar a posição do adjunto adverbial, eliminando a ambiguidade. Daí, os alunos que estudam mais vezes são mais inteligentes.
  • Os alunos que estudam, frequentemente, são mais inteligentes. 

Frases siamesas

Finalmente temos as frases siamesas, que são ligadas incorretamente por apresentarem períodos totalmente diferentes. Observe-se o período:

  • Marcinha desfilava com sua saia ocre, queria mais atenção. 


Esse tipo de frase pode ser corrigido de três modos:

  1. com ponto ou ponto-e-vírgula: "Marcinha desfilava com sua saia ocre; ela queria mais atenção."
  2. com a inclusão de nexos: "Marcinha desfilava com sua saia ocre, pois queria mais atenção."
  3. transformando a falsa principal em uma verdadeira subordinada: "Marcinha desfilava com sua saia ocre, que queria mais atenção."

Ambiguidade Semântica

Ocorre por conta da polissemia da palavra ou da expressão. Segundo a gramática de Pascholine & Spadoto (1996), "Polissemia é o fato de a palavra poder apresentar significados diferentes que se explicam dentro do contexto. " Entretanto, quando o contexto não oferece pistas do significado pretendido pelo autor/locutor, ocorre ambiguidade semântica, visto que o leitor/ouvinte pode depreender um outro sentido, diferente daquele pretendido pelo autor.

Na frase: "A moça estava com a mão machucada (parte do corpo), mas passou duas mãos de tinta da parede (camada)".

Só o contexto explica o sentido da palavra mão. Assim polissemia gera ambiguidade quando o contexto não oferece ao leitor pistas para que, a partir delas, depreenda o sentido pretendido pelo locutor. Por exemplo: 
  • Preciso comprar uma vela!

A palavra vela pode tanto se referir a uma vela de cera como a uma vela de barco.

  • Espero você no banco. 

A palavra banco pode se referir a uma agência bancária ou  a um banco de praça. 

Observemos agora a ambiguidade na linguagem publicitária:
ANÚNCIO 2ANÚNCIO 3
ANÚNCIO 4
Disponível em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=23489

Um fato bastante interessante na ambiguidade é que, mesmo sendo evitada em construções textuais de caráter informativo, técnico e pragmático, ela é um recurso aceitável nas áreas principalmente da linguagem publicitária, poética ou literária, com o objetivo de dar o duplo sentido ou para conseguir efeitos metafóricos. Nesse caso, a ambiguidade é um recurso estilístico, intencional e com objetivo claro, como se pode observar nas propagandas acima.

Pai, afasta de mim esse cálice! (Chico Buarque)

Pai, afasta de mim esse cale-se!

Nesta música, o autor utilizou a ambiguidade semântica com objetivos claros: burlar a censura da época (ditadura militar). Enquanto a comissão de censura interpretou essa frase como uma alusão à frase de Jesus, quando estava para ser traído e entregue aos romanos; o autor teve a intenção de protestar contra a falta de liberdade de expressão, à opressão do governo, e assim foi interpretado pelos leitores mais proficientes. 
Esta postagem foi elaborada pelos alunos do Instituto federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia - IFBA - Campus Santo Amaro, cursos de Eletromecânica e Informática, do 2° ano, 2013.2, para avaliação da competência produção textual, como nota parcial da 3ª unidade do ano letivo. Professora Tânia Maria Dantas Flores.
Equipe:
  • Amanda Freitas
  • Eduardo Louzado
  • Iago Britto
  • Ianca de Fátima
  • Laís Lima
  • Layna Pontes
  • Leonardo Santana
  • Lucas Almeida
  • Naílle Conceição
  • Raphael Barros

Referências



AULA 19 - FRASES SIAMESAS e FRASES FRAGMENTADAS. Disponível em: <https://www.unifonte.com.br/wp-content/uploads/2012/08/Ap-Reda%C3%A7%C3%A3o-II.pdf>. Acesso em: 13 de dezembro de 2013, 16h34.

AMBIGUIDADE - BRASIL ESCOLA (CABRAL, Marina). Disponível em: <http://www.brasilescola.com/redacao/ambiguidade.htm>. Acesso em: 16 de dezembro de 2013, 14h20.

AMBIGUIDADE - INFOESCOLA (SANTIAGO, Emerson). Diponível em: <http://www.infoescola.com/portugues/ambiguidade/>. Acesso em: 16 de dezembro de 2013, 14h57.

AMBIGUIDADE - PORTUGUÊS.COM (DUARTE, Vânia Maria). Disponível em: <http://www.portugues.com.br/redacao/ambiguidade.html>. Acesso em: 16 de dezembro de 2013, 15h33

TERRA, Ernani; NICOLA, José de. Gramática de Hoje. Edição 8. São Paulo. Scipione, 2008, 392.






 

Copyright © Fatores de textualidade. Template created by Volverene from Templates Block
WP by Simply WP | Solitaire Online